quarta-feira, 29 de julho de 2015

Opções: A) eu não sei; B) A; C) B


Eu não sei se dá de perceber por esse blog (dá não, imagine), mas eu sou um tantinho (talvez muito) indecisa. Desde que eu aprendi o significado da palavra "consequência", eu não consigo tomar nenhuma decisão de coração aberto porque eu sempre estou pensando no que aconteceria se eu tivesse tomado a decisão contrária.
Eu lembro de algum episódio de algum desenho animado aí (As Terríveis Aventuras de Billy e Mandy, talvez?) onde pra cada decisão que o personagem tomava, surgia um universo alternativo a partir do que aconteceria se ele tivesse tomado outro rumo. E eu tento enxergar esses universos alternativos toda vez que eu tenho que escolher o que eu tenho de fazer, o que me toma tempo e energia demais antes de eu de fato tomar a decisão.
E só fica muito pior quando eu sei que o que eu quero, mas sei que não devo escolher. E talvez isso seja basicamente o conflito de toda e qualquer decisão que eu tomo na vida: razão vs emoção, FIGHT!
A decisão não está entre 'quero ou não comer um pacote inteiro de goiabada sozinha'. Eu quero, sempre quis, isso tá claro no fundo de mim. A decisão está entre 'devo ou não comer um pacote de goiabada inteiro sozinha'. Querer eu quero, eu sempre quero (ou não quero), disso eu já sei. O que eu nunca sei é das consequências de me deixar levar pelo que eu quero.
Por isso, quando qualquer pessoa me dá um vislumbre do que pode acontecer a partir de decisão x ou y, eu acabo aceitando aquilo como verdade absoluta e tomando uma decisão com base no que outra pessoa disse que iria acontecer. Porque, por pior que 'tomar decisões baseado em opiniões alheias' possa soar, é a única alternativa que eu tenho. Eu preciso da visão de alguém de fora, de alguém que não tá dentro da minha cabeça.
Eu tomo decisões com dificuldade, cuidado. Pode não parecer pra quem ver de fora, mas eu repenso um zilhão de vezes antes de dar qualquer passo (menos os passos de verdade, aqueles com os pés, aparentemente). E ainda assim, demoro até aceitar que aquela fora a decisão certa.
É angustiante.
Mas daí passa.
Uma decisão tomada a mais é uma decisão a menos a ser tomada.
Por mais que, ás vezes, o racional me xingue e o emocional apanhe.

"[...] é certo, se isso serve de consolação, que se antes de cada acto nosso nos puséssemos a prever todas as consequências dele, a pensar nelas a sério,  primeiro as imediatas, depois as prováveis, depois as possíveis, depois as imagináveis, não chegaríamos sequer a mover-nos de onde o nosso primeiro pensamento nos tivesse feito parar."
 (José Saramago, em Ensaio Sobre a Cegueira)

sábado, 18 de julho de 2015

Os últimos filmes que assisti

gif válido. gif muito válido
Eu remoo coisas. Remoo do verbo remoer, sim. Todas aquelas coisas que acontecem na minha vida que já estão mastigadas, trituradas, moídas e eu vou lá de novo desmiuçar elas mais um pouquinho. As coisa boas e as ruins, porque desgraça pouca é bobagem e nunca tá doendo o suficiente, aparentemente. As malditas redes sociais são ótimas, né, pra remoer coisas. É fácil rolar a página do Facebook de alguém até achar aquele coraçãozinho marcado com o nome de certa pessoa, ou se perder em conversas de WhatsApp que aconteceram há quatro meses atrás, ou ler um texto aqui sobre o que estava acontecendo na minha vida em 2012. Acho que remoer as coisas está me impedindo de ver a big picture e encontrar algum assunto pra blogar, ou mesmo pra postar no Facebook ou no Instagram ou no Twitter. Fico rolando essas páginas pensando, tentando entender por que eu não estou conseguindo cumprir com meu dever de cidadã em 2015 de preencher a internet de coisa inútil.
Por isso hoje, um mês desde o último post, eu decidi que ia escrever. Podia inventar um tema ixxcroto e colocar pelo menos um post no ar antes de meia-noite. A minha esperança é que isso desperte algo em mim que me dê mais vontade de escrever, porque eu estou sentindo falta daquela garota que escreveu 30 posts em abril. E ainda bem que assistimos filmes, dessa forma, sempre terei o que blogar.

Les Chansons d'Amour (2007)
É musical francês sobre um cara meio babaca que tá com uma menina meio babaca que quis se meter num ménage à trois e, bom, things get complicated. Filme maravilhosamente bonito (ah, o cinema francês <3), com uma fotografia maravilhosa, uma trilha sonora de partir o coração e poder ver a cara linda do Louis Garrel nunca é ruim, mas a história foi bem fraquinha pra mim. Protagonistas bem difíceis de gostar e personagens secundários que poderiam vir a ser ótimos sendo ignorados. Não mudou minha vida pra sempre, mas que as músicas são ótimas, ah, elas são sim.

About Time (2013)
Que filme gracinha. A história é sobre um cara que pode voltar no tempo e sobre como isso afeta ou não a vida dele. Mas na verdade não é bem sobre isso. É só sobre a vida e a beleza dela. Família e all that jazz, com direito a casamento na chuva e uma das crianças mais fofas do universo. Gosto muito de ser uma filme europeu e adoro que a gente pode identificar que filme não é de Hollywood mesmo que a gente não saiba de onde o filme é. É um amor.

Begin Again (2014)
Voltamos ao cinema norte-americano, porque ninguém é de ferro. Duas pessoas detonadas na vida que se encontram por causa da música e se resolvem por ela. Mais um musical, mas daqueles que não parecem musicais, porque não tem ninguém cantando sobre comer sanduíches e com flashmobs. Aliás, as músicas e todo a questão da indústria da música nesse filme é de fazer os olhos, ouvidos e coração brilhar. A música do filme, Lost Stars, foi escrita pelo Adam Levine, que também está no filme, e foi indicada ao Oscar de melhor música original (não sei se ganhou). É lindo em tantas formas e tão divertido e tão... aconchegante.

Inside Out (2015)

Atenção pessoas com mais de 15 anos: esse é um filme pesado. Ele é todo lindo e fofinho visualmente, mas se a gente prestar um pouquinho mais de atenção ao que tem além da superfície, o filme machuca quem vê, É um filme sobre emoções e sobre a falta delas e sobre a confusão delas e sobre sentir. Pixar dói. Sempre doeu, mas dessa vez eles pegaram pesado. É lindo em todos os sentido, mesmo. É bonito visualmente e a história é uma das mais *FEELS* que eu já assisti, incluindo todos os live-action e não tem nem romance. Socorro. O mundo precisa ver esse filme.

Fight Club (1999)
gif escolhido única e exclusivamente por causa de um certo Brad mexendo no cabelo de um certo Jared
Sim, pela primeira vez em quinze anos de existência desse filme e ainda bem que eu demorei todo esse tempo porque não acho que teria gostado ele tanto se tivesse visto, sei lá, há uns seis meses. E eu juro que eu tentei encontrar um adjetivo de calão mais alto pra expressar isso, mas só foda pra caralho se encaixa na minha experiência com esse filme. Isso é cinema, minha gente, isso é literatura, isso é que são atores. É um negócio louco de elenco bom interpretando personagens ótimos dentro de um roteiro bom e eu nem sei se algum filme desse tipo vai me deixar mais uau que esse. Nossinhora.

Gone Girl (2014)
A adaptação cinematográfica do romance policial hypado da Gillian Flynn conta a história de um casal quebrado aos seus cinco anos de casado a partir do sumiço de Amy, a tal da girl que ficou gone. Li o livro antes de ver o filme e sei que poderia escrever um post inteirinho sobre eles, mas pra evitar spoilers, vou tentar escrever pouco. Porque essa não é uma história pra se ter spoilers. Nem unzinho. Aliás, peguei essa imagem do Tumblr onde, migos, se vocês quiserem aproveitar a experiência desse livro/filme, vocês devem evitar. O filme é maravilhosamente bem feito, tanto como filme em si, quanto como adaptação. Os atores são ótimos, a fotografia é ótima, a história é absurdamente inteligente e o filme é muito visualmente bonito. Mas ainda assim, achei que poderia ser melhor, achei que duas horas e meia talvez tenha sido muito tempo de filme (assim como as quase quinhentas páginas do livro), porque cansa e se você cansa nesse filme, qualquer piscada longa faz você perder um ponto chave na história. Eu preferi o livro, mas só porque sou meio lenta pra histórias policiais e acho mais fácil acompanhar pistas pelas palavras escritas, mas o filme não deixa, nem um pouco, a desejar. Só deixo aqui um trigger warning, porque eu a história é completamente doentia e o filme cheio de cenas talvez um tanto forte demais pra quem tem um estômago (e psicológico) muito fraco. Tomem cuidado, mas aproveitem, porque é um filme realmente muito bom.

YAY! E isso é tudo o que tenho assistido de filmes desde o começo de julho até agora. Ah, as férias escolares... <3 No meio tempo, ainda reassisti a primeira temporada de Being Erica e comecei a ler Watchmen. Espero ver mais filmes legais antes das aulas voltarem.
E espero que meu objetivo de ter minha inspiração de volta tenha sido atingido.
Vejo vocês por aí