quarta-feira, 13 de maio de 2015

Não se assuste, pessoa, se eu lhe disser que a vida é boa


Estou escrevendo esse texto, a caminho da faculdade, no bloco de notas do celular porque acho que se tiver de esperar até mais tarde, o ponto dele vai se perder.
Quando saí de casa, meu condomínio parecia um tipo de portal mágico e à sua esquerda estava um sol super maravilhoso e à direita, pra onde eu estava indo, a cor do céu transitava entre a azul escuro e cinza chumbo. O mundo parecia querer cair de um lado e do outro o mundo parecia sorrir. Estava com medo da chuva, mas a vida não para por isso e eis que eu sigo na direção do céu chumbo pra pegar o ônibus nosso de cada dia.
E então começa a chover.
Não foi das chuvas mais cretinas, não me molhei tanto, minha meia continuou seca, não fiquei nem com medo do celular, que tocava música no meu bolso, molhar. Continuei andando, meio bravinha por causa da chuva, mas sem maiores crises.
E então começou a tocar Dê Um Rolê da Novos Baianos no meu celular no mesmo tempo em que eu vi um arco-íris tão lindo, que nem lembrei de tirar foto.
Maa tudo bem, porque nenhuma foto faria jus nem a dez por cento do quão bonita era a imagem que eu estava vendo.
O sol absurdo do outro lado iluminava as árvores e as gotas de chuva, que pareciam brilhar, enquanto o arco-íris estava lindo, destacado, em contraste às nuvens negras, ao mesmo tempo em que meu celular dizia pra eu não me assustar se ele dissesse que a vida é boa.
O sorriso que surgiu no meu rosto foi tão involuntário, e a cena era tão bonita e a trilha sonora tão boa, que eu me senti num filme. De verdade.
Foi um momento tão mágico, que, sim, acreditei que a vida é mesmo boa. Algo ruim não me proporcionaria uma cena tão maravilhosa.
Acho que o universo percebeu que eu estava precisando de uma experiência tão simples, mas tão rara, como essa. Melhorou tanto o meu humor, meio que lavou pra fora alguns sentimentos, me sinto tão leve agora. Algumas pessoas diriam que toda essa felicidade e esse bom humor tem outra origem, mas, meus amores, é só a vida que é mesmo muito boa.


*escrito ontem, no fim da tarde

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