sábado, 23 de novembro de 2013

Destino - Ally Condie

Acho que, de todos as distopias adolescentes que estouraram aí no mundo literário, essa deve ser a mais parecia com as distopias do século passado (1984, Admirável Mundo Novo, Fahrenheit 451, etc). E isso já seria motivo suficiente pra se tornar um dos meus livros favoritos.
Ok. Talvez esse livro não seja tão bom assim, e provavelmente muita gente não vai achar. Mas Destino me tocou de verdade. Eu li bem rápido e quando eu terminei eu não parei de pensar no dito cujo. Terminei de ler ele de manhã (durante a aula de redação... e o professor me pegou lendo) e passei o resto do dia inteiro pensando em como eu gostei de, basicamente, tudo (menos da Cassia, mas eu tenho sempre problemas com as protagonistas em geral).
Eu gostei de como a autora costurou a história, mostrando todas as coisas do ponto de vista da Cassia, deixando tudo muito mais surpreendente.
E, ainda assim, não é por isso que virou um dos meus favoritos.
Destino conta a história de uma sociedade em que o poder de escolha é lhe tirado por completo. Você não escolhe com quem você casa, quando você morre, onde você trabalha, o que você come, quando você se diverte, nada. A Sociedade escolhe tudo pra você. E, mesmo que pareça horrível ter sua vida quase que toda controlada, é engraçado perceber como isso é bom. Por exemplo, não existem pessoas obesas, já que a Sociedade sabe exatamente quantas calorias são necessárias pra sua rotina. Não existe abortos espontâneos, já que a Sociedade sabe exatamente quem é seu 'par genético perfeito'. Por vários momentos eu me senti tentada a me mudar pro mundo do livro, porque a Cassia passa por uma fase de aceitar e mesmo de gostar da sociedade.
Aos poucos a autora destrói essa ideia de perfeição e é aí que eu começo a me dar conta do quanto esse livro me atingiu.
O poder de escolha é algo que eu demorei a aceitar. Sempre preferi que alguém escolhesse tudo por mim, poupava trabalho e energia. Quando eu me vi presa numa situação em que só eu, e unicamente eu poderia escolher, eu me desesperei e fiquei louca pra alguém tomar as decisões por mim. Ler Destino me mostrou a beleza do escolher, de poder ser quem você quiser ser, de poder querer acima de tudo.
Esse é um dos meus livros favoritos porque me mostrou as coisas boas do mundo. Com 1984 e Jogos Vorazes foi quase isso, mas de uma forma bem mais crua e menos gentil que em Destino. As palavras mostravam uma situação horrível, mas eram colocadas no papel de uma forma tão linda, que me tocou de verdade. E eu amei mesmo.
Não tenho previsão de quando vou ler os próximos da trilogia (sempre é uma trilogia), e isso me deixa um pouca angustiada, mas só de ler o primeiro, já estou feliz. Com certeza, esse livro me fez uma pessoa melhor.

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