domingo, 1 de março de 2015

A internet é feita de carne e osso


As pessoas vivem na internet, algumas até trabalham com ela. Eu, que também vivo na internet, vejo suas fotos e imagens e vídeos e textos e opiniões e, na verdade, acabo tendo bastante contato com a parte que essas pessoas disponibilizam online.
Mas, eu não sei exatamente o porquê, eu ajo como se essas pessoas não fossem reais. Como se elas não existissem. Não que eu não ligue pra elas, ao contrário, algumas eu acho até que sou amiga e que posso bater papo e etc (não é verdade, não posso, só finjo que falo). Mas é mais ou menos como a relação que eu tenho com personagens mesmo: amo e torço pela felicidade, mas assim, meio que assumindo que vai existir um final feliz pra essas ~pessoas da internet~.
Hoje eu vi a Bárbara, a mocinha do blog The Cactus Tree no metrô. Na hora em que eu a vi, pensei que era alguém que eu conhecia da FFLCH (ando passando muito tempo lá pra quem não esta estudando lá de fato) ou de alguma festa, mas quando eu me dei conta de que realmente era ela, meu queixo caiu e eu estava encarando descaradamente, sem conseguir me conter, porque eu sou idiota. E eu queria falar com ela, mas eu não lembrava o nome do blog dela de jeito nenhum. E ainda bem que não lembrava, porque eu acho que ia ser super creepy.
O fato é que eu estava embasbacada de ver alguém que eu só vejo em fotos se mexendo, sabe? A sensação era mais ou menos como ver, sei lá, a Hermione pegando metrô comigo, tentando domar os cabelos. Do tipo "meu, para com isso, cê num é de verdade".
A internet é um lugar tão maravilhoso, tão mágico e cheio de coisas (não vamos falar da parte ruim da internet no post de hoje, deixa pra outro dia) que vira e mexe eu me esqueço que isso é uma invenção humana, feita para humanos, mas, mais importante, por humanos. Todo esse conteúdo que está aí disponível para nosso acesso só está aí porque uma pessoa, de carne e osso, resolveu disponibilizar. A internet, portanto, também é feita de/por carne e osso. As coisas são feitas aqui são por pessoas e acabam por afetar pessoas, em maior ou menor nível, mas ainda assim. São impulsos elétricos organizados por carne e osso e sangue que, uau, também funcionam com impulsos elétricos.
Se eu me lembrar disso, talvez ver pessoas da internet deixe de ser um evento maluco onde eu tremo e mal de me reconheço (quase morri quando vi a Pâmela e a Iris (foto péssima aqui)). A internet nada mais é que pessoas. Pessoas como eu, que andam de metrô, usam WhatsApp, gostam de pão de queijo e têm uma vida offline. Só preciso lembrar.

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