quinta-feira, 30 de abril de 2015

abril de 2016 - BEDA #30


Sei que agora você deve estar lendo a carta que nossa amiga de dezesseis escreveu pra você e sei, assim como você antes mesmo de abrir a bendita carta, que ela está recheada de perguntas. A Karla de 16 é obcecada com respostas. Sei que essa carta deve ter feito você chorar e querer poder enviar uma carta para o passado, como em Dating Rules From My Future Self, e é por isso que estou escrevendo esse texto pra você também, já que a Karla de recém completados 19 anos é bem diferente da Karla de meados dos 16.  Achei que você merecia um ponto de vista mais recente.
Dito isso, não envie a carta pro passado. Eu não quero respostas, Karla de 20 anos. Não me dê spoilers.
Posso definir meus dezoito anos como um tempo de auto-conhecimento do caralho. Aprendi muito sobre mim (nós?) nos últimos doze meses. Paguei a língua um zilhão de vezes, quebrei a cara, curti, sorri, chorei. Você sabe, estava lá. Você viu o quanto a gente cresceu em apenas um ano. Dois mil e catarse não poderia ter um nome melhor.
Dentre tanto aprendizado, deixo claro aqui o meu amor pela surpresa. Eu costumava dizer que gostava da estabilidade, da inércia, da rotina. Não é verdade. Não que eu desgoste da certeza e de saber pra onde as coisas estão indo, mas amo a sensação de queda livre que eu senti várias vezes nos últimos tempos. Descobri que adoro a sensação de "taquipariu que que tá acontecendo?". Adoro o frio na barriga de não saber exatamente pra onde a vida está indo. Nós adoramos, né?!
A Karla de 16 anos provavelmente me chamaria de louca se pudesse ler esse texto. "Cê tá é maluca, querida". Isso porque em 2012/13, eu estava sentindo muito medo de tudo. Era tanto medo de mudar, que a gente suprimia aquilo dentro da gente e quase que não sentia, porque apesar do medo, não tinha muita mudança.
Mas agora, com tudo mudando a todo momento, não dá muito tempo de sentir medo da mudança. É só por tempo o suficiente pra saber que tem algo saindo do lugar e depois a descarga de adrenalina (na qual, aparentemente, estou viciada). E, ok, apesar de ser por pouco tempo, é medo pra caralho, eu sei. Mas, sei lá, a Montezum deu medo, A Entidade deu medo, o primeiro dia na Eppen deu medo. Se a Karla de 16 pudesse sentir toda a sensação boa que veio depois de  todos esses medos...
O medo pré mudanças e experiências novas é cruel, mas vale toda a animação que vem depois de fazer algo diferente pela primeira vez. E é por isso que eu não quero seus spoilers, Karla de 20. Porque o medo é o que dá o start pra toda aquela sensação... blissful. Quero sentir esse medo. Então, não me conte nada, ok? Vou descobrindo aos poucos, até eu virar você.
Beijo e feliz aniversário.

(Mas fica aqui uma lista de coisas que eu acho que vai estar acontecendo na sua vida ou que eu queria que você estivesse fazendo, pra você rir, provavelmente, já que eu nunca acerto o futuro mesmo:
-Você ainda dá aula de inglês, mas parou com essa brincadeira de aula aos sábados porque você é muito preguiçosa (ou porque foi pro Les Trupps)(duvido);
-Você ainda tá estudando economia e dizendo que vai largar, mas sabe que no fundo cê não tem coragem;
-Você tem um namorado agora. Né? Diz que sim.
-Você deve ter querido largar New Girl no meio do caminho, mas vai continuar, porque te faz bem hoje;
-Acho que você vai pegar alguém e se arrepender (não precisamos de bola de cristal pra saber disso);
-WANLAV (entendedores entenderão)
-Você tá amando o álbum novo da 1D)

*mais alguém surpreso de isso ter de fato funcionado e eu ter de fato postado em ~todos~ os dias de abril? estou muito orgulhosa de mim mesma <3 porque, sério, beda foi tudo, menos fácil.

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