quinta-feira, 2 de abril de 2015

Das unhas - BEDA #2

minhas unhas, fev/2014
 Eu roo (odeio esse verbo) as unhas desde que consigo lembrar. Na quarta-série, eu roía até a carne. Doía pra caramba, sangrava, ardia e ~ainda assim~ eu não parava. Eu andava parecendo um moleque, toda  arrebentada, cheia de hematoma e com as unhas mais largas que cumpridas. Só pensei em parar de roê-las, de verdade, aos treze anos (coincidentemente, foi na época em que garotos começaram a ficar interessantes, sabe). Tenho dúvidas se parei mesmo de roer as unhas, ou se é só uma trégua passageira.
Mas o que eu sei de fato é que treze anos de tratamento intensivo de dentes, sangue e saliva enfraqueceram as dita cujas ao máximo do enfraquecimento. Hoje elas são curtas e só crescem até certo ponto, antes de quebrar, sempre bem perto da carne, me obrigando a o quê? EXATAMENTE: arrancar a parte "grande" da unha com o quê? EXATAMENTE: dente e saliva.
Eu nunca aprendo.
Dizem que errar uma vez é humano, mas errar duas vezes é burrice. E errar vinte e duas? E se persistir no erro por dezenove anos?
Minhas unhas são só um exemplo do quão teimosa eu sou.
Eu sei que elas não podem ficar molhadas por muito tempo, pra não destruir as células superficiais e evitar as unhas de ficarem ~ainda~ mais fracas. Mas isso não me impede de ficar com os dedos na boca, cutucando as laterais das unhas, babando nas unhas, mesmo que sem roê-las, só pelo hábito de manter as mãos na boca.
Ellen disaproves
Eu sei que não deveria. Faço assim mesmo. É tipo matar aula. É tipo comer farinha branca, mesmo dizendo pra mim mesma, ontem mesmo, que não o faria mais. É tipo baixar série nova, ao invés de ver as antigas. É muita teimosia pra uma taurina só.
As minhas unhas estão bem aqui, de um tamanho relativamente grande para os meus padrões, mas com o resto quebrado das unhas do dedo indicador esquerdo e do anelar direito. Não vai  estar tendo foto porque tirei porcamente o esmalte verde que eu usava ontem. Tá bem gross, mesmo, Ellen. E elas são um lembrete vivo do quão teimosa eu sou.
Um lembrete tão feio e inelidível, que poderia ser um daqueles trabalhos de cartolina rosa, com papel crepom vermelho em volta, título impresso em wordart, cortado do sulfite com formato de nuvem e contornado de cola glitter. Só falta eu parar de ignorar o aviso.

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