quinta-feira, 16 de abril de 2015

Being In Total Control of Herself - BEDA #16

O que as vadias estão pensando sobre sua opinião
Estive pensando sobre a quantidade de vezes que chamei alguma garota de vadia. O que exatamente eu quis dizer com isso? Não, pera, Karla. Vamos lá pensar direitinho no que significa chamar uma garota de vadia. Calma.
*pensando*
Lembro de uma vez que falei que uma menina que estudava na minha escola de vadia porque ela estava usando só um camisetão e calcinha no dia do trote do pessoal do primeiro ano (sim, a gente dava trote no primeiro ano, porque, pra quem não sabe, eu estudei numa escola técnica e a gente tinha que fazer uma prova pra estudar lá, tipo vestibular, sabe? mesma vibe). O que eu queria dizer com "fulana é vadia" é que ela queria chamar atenção dos caras que estavam lá, estando só de calcinha no trote da escola. E que provavelmente estava conseguindo. Mas hoje, analisando a situação friamente, ela provavelmente só não queria sujar a única calça que ela tinha e o camisetão dela podia muito bem se passar por um vestido, nem dava pra ver a OMG CALCINHA dela.
Então tá.
Outra nina que chamei de vadia pegou meu boy. "Meu boy" pode ser lido como "o cara que disse na minha cara com todas as letras que não queria mais ficar comigo". Mas ela não era uma vadia só por isso, ela era uma vadia porque pegou ele mais vários caras muito gatos demais da conta. Analisando friamente²: ele era quem queria pegar ela em primeiro lugar, não o contrário.
Cicrana era vadia porque terminou o namoro com o cara mais lindo do colégio porque queria curtir a faculdade. AH PUUUUTA. Quem é que termina namoro com ele, depois do pedido de namoro maravilhoso em público que ele tinha feito? Analisando friamente³: ela não queria um namorado. Se ela terminou é porque nem sequer gostava muito do ó cara mais lindo do colégio.
Analisando tudo isso friamente, percebo que toda vez que chamei uma garota de vadia, ela era muito mais bem resolvida que eu. A primeira lá estava super de boa com seu corpo, sem se importar com as celulites (que sim, existiam). A outra fez o carinha querer ela, algo que eu não consegui. A última tinha passado no vestibular e colocou seus sentimentos sobre o do ex namorado. Elas sabiam o que queriam fazer da vida. E fucking fizeram. As vadias mencionadas não deixaram as situações e opiniões externas ditarem o que elas deviam ou não fazer. Elas assumiram o controle de suas vidas e de si mesmas, que é exatamente o que venho tentando fazer comigo mesma há algum tempo.
Toda vez que usei a palavra vadia foi pra dizer que tal garota não se encaixava no padrão "menina pra casar". Essa mania abusada da sociedade que se intrinseca em nós, partes dela, de classificar mulheres com base em sua vida sexual. Ninguém tá pouco se fodendo pra quantas ninas fulano levou pra cama, mas todos vão julgar cada uma dessas garotas que fulano levou pra cama pela quantidade de vezes que ela transou (oi? até eu me perdi com essa ultima frase).
Um mig da faculdade me chamou de vadia em algum ponto, sem usar de fato o sentido pejorativo da palavra, e daí uma mig disse "nossa, chamando as pessoas de vadia assim na cara dura" e eu disse "infelizmente não dá discordar". Porque, na moral, se vadia quer dizer a garota que não se preocupa em encaixar no padrão "boa garota que não fala de sexo e só vai beijar o amor da vida", então é. Eu sou uma vadia.
Eu li em algum lugar do Tumblr que BITCH é a sigla pra being in total control of herself, ou 'estar em total controle sobre si mesma'. E eu não poderia concordar mais.


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