Nem vem tirar meu riso frouxo com algum conselho... - BEDA #24

...que hoje eu passei batom vermelho
Foram dezoito anos de vida muito bem vividos de gente me empurrando batom goela abaixo. 
Eu nunca fui das pessoas mais vaidosas desse mundo e aparentemente isso incomodava muito as pessoas à minha volta. Era um tal de 'faz chapinha' pra cá, 'faz as unhas' pra lá e o mais recorrente 'passa um batom, Karla'. Nunca entendi muito bem porque era tão importante para as outras pessoas que eu passasse um fucking batom. Ainda não entendo.
Eu detestei batom durante todos esses dezoito anos por duas razões: não gostava da sensação de lábios secos que acontece quando se passa batom e odiava essa obrigação de ter que passar batom. Odiava que sempre tinha alguém pra me mandar passar batom quando a sensação daquela coisa nos meus lábios me irritava tanto.  Sabe, eu não usava batom e era feliz, então qual era o ponto?
Karla muito feliz e bonita sem batom em 2011
E não era como se eu não tivesse incentivo. Amigas muito mais bonitas que eu arrasando no batom. Batons de presente da minha mãe em quase toda data comemorativa. A revista Capricho que eu lia assiduamente em 2010/11. Então em certas ocasiões, eu cedia ao batom, porque era muita pressão. Mas, ainda assim, batons quase que da cor dos meus lábios, porque a falta de costume me deixava receosa com o espelho. Eu era bem  mais suscetível ao gloss, porque não parecia que meus lábios iam rachar, mas ainda assim, odiava a sensação grudenta, e alguns gloss me deixavam ainda mais assustadas com aquela estranha no espelho com uma boca enorme colorida.
Karla e um batom cor de boca na primeira hora de 2012
Mas eis que no fim de 2014, a Quem disse, Berenice? lançou uma promoção em que você poderia dar de presente um item de maquiagem que sua amiga teoricamente não usaria. E minha amiga Marly, que nem fazia parte da galera que pressionava o uso de batom, me enviou um cupom que valia um batom vermelho. Eu já tinha dito um zilhão de vezes que não gostava de batom, nem de chamar mais atenção pra essa boquinha pequena que deus me deu  (/sarcasmo), e por isso ela escolheu exatamente o batom vermelho. Daí tá, né, de graça até injeção na testa, fui-me eu buscar o tal batom, escolhi ele mais pela embalagem que pela cor em si (eu tinha três opções de batom vermelho) e voltei pra casa, fui testar o dito cujo.
Pensa numa pessoa apaixonada.
Karla, novembro de 2014, amando esse tal batom vermelho com todas as forças
O batom tem de fato uma cor forte, mas não tanto quanto eu esperava que tivesse. Ele fica num meio termo maravilhoso entre o vermelho e o rosa. Ele é bem mais cremoso que todos os batons que eu já experimentei e não me deixa querendo lamber os lábios toda hora. Eu me apaixonei. Adoro a sensação de passar ele e adoro a cor dos meus lábios. Daí fiquei viciadinha, a ponto de não conseguir mais lidar com a cor natural dos meus lábios. Então eu fui experimentar todos aqueles batons acumulados durante a vida e eis que, sim senhoras e senhores, agora eu uso batom com muita frequência. Não vou dizer que não saio de casa sem, porque em geral eu acordo sem vontade nenhuma de abrir os olhos, que dirá passar batom, mas não acho mais bizarro me olhar no espelho com um batom vermelho/rosa/roxo/marrom. Na verdade, gosto muito.
Fui sugada pela febre dos batons <3
Karla, em 2015, se achando, com um batom da Vult adquirido na última quarta-feira
*eu juro que nem a Quem disse, Berenice? nem a Vult me pagaram um centavo pra escrever esse texto. Infelizmente.
*não, meu cabelo não está mais liso, já voltamos aos tão amados cachos

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