segunda-feira, 6 de abril de 2015

Guilty Pleasures - BEDA #6


Eu quero deixar claro que não gosto muito do termo "guilty pleasure" porque se é pleasure, não devo me sentir guilty sobre ele. Mas esse é um termo tão bom pra designar aquelas coisas que você sabe que são bem ruins, mas seu coração você não consegue desapegar, sabe. Você enxerga as coisas ruins, você sabe que são ruins, até entende os haters, mas não dá pra deixar de ser lover.
Uma relação que mantive por anos a fio com Glee, que só se tornou guilty pleasure a partir da quarta temporada. Até a terceira temporada, Glee era realmente muito legal mesmo. Mas daí começou uma putaria de plot, de falta de plot (se você acha que a especialidade de Glee é música, é que você não tem noção de quantos personagens não tinham razão de ser na série), personagens bizarros, Rachel sendo bem burra em Nova Iorque e tudo estava bem ruim em Glee, mas eu estava tão extremamente apegada àquela bagunça toda que só desapeguei porque acabou.
É mais ou menos o que eu sinto em relação a Crepúsculo. Tenho quase certeza de que se pegasse Crepúsculo pra ler  hoje, com a bagagem e mentalidade que tenho agora,  ia querer atirar o livro na parede. Mas, sabe, parte dessa bagagem e mentalidade veio exatamente de Crepúsculo. Parte de quem eu sou hoje eu devo pra Stephenie Meyer. E, por ter sido parte importante da minha (não ainda findada) adolescência, não consigo deixar de gostar, sabe. Eu odeio racionalmente quase todos os aspectos da história (Renesmee no topo da lista), mas me fez tão feliz que não dá pra desgostar.
É diferente da minha relação com filmes de ação por exemplo, que eu gosto muito, mas pura e simplesmente pela adrenalina do negócio, das cenas de tiro e gente pulando de helicópteros sem desmanchar o penteado. Amo terminar um filme com  aquela sensação de 'posso respirar de novo, a agonia já acabou' e panz. Assisti aos cinco primeiros filmes de Velozes e Furiosos sempre com aquela sensação de estar correndo com eles.
Mas, por mais que eu coloque essas coisinhas na minha caixinha de guilty pleasures, não consigo realmente me sentir culpada por elas, porque elas me deixam felizes. E acho que eu devia levar isso pra fora do universo da cultura pop, talvez? E ir fazer o que me faz feliz sem me importar com o que as outras pessoas pensam sobe. Até mesmo porque somos todos pessoas diferentes, gostamos de coisas diferentes e definições de certo/errado, bonito/feio, bom/ruim são muito subjetivas.
A minha vida deve ser boa pra mim e só pra mim, certo? Então, desde que eu não machuque ninguém, não tem porque me sentir culpada pela forma como a estou vivendo.


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